Quarta-Feira, 14 de Junho de 2017, 11h:27

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Por Olga Neri de Campos Lima

Sim ao sindicato!

A história mostra que a relação entre capital e trabalho sempre foi desigual. Por volta de 1860 e 1870, nos países mais industrializados — Inglaterra e Alemanha — começaram a ser elaboradas as leis trabalhistas. Legislação essa que previa fixação de níveis salariais, descanso semanal e defesa contra acidentes. Várias greves, naquela época, foram realizadas exigindo uma série de leis de proteção ao trabalho. A burguesia tinha seus partidos para defender seus direitos, logo cabia aos trabalhadores organizarem-se para que fossem criados os primeiros partidos políticos e as primeiras centrais sindicais que representassem a classe trabalhadora.

Muitas lutas foram necessárias. Mortes, prisões e perseguições marcaram todo o século XIX para que a redução da jornada de trabalho fosse conquistada no mundo. Somente na década de 1910 começou a vigorar, em alguns países, as oito horas diárias de trabalho. Essa conquista marcou profundamente a história da classe trabalhadora mundial. Além dessa importante vitória, outras eram fundamentais: aumento de salário (para não morrer de fome), redução da jornada (para não morrer de trabalhar), e segurança no trabalho para que os acidentes fossem diminuídos.

Todos esses avanços não foram obra do acaso, mas resultado da reação de trabalhadores contra a exploração que lhes era imposta, politizaram suas lutas e se organizaram em sindicatos, que nada mais são do que entidades que têm opção, lado e consciência de classe. Sabe-se que aquele que compra o trabalho assalariado determina as condições pelas quais ele será explorado. Na lógica do dinheiro, há que se ter a propriedade de tudo e especialmente diminuir o custo da produção, para tal é preciso precarizar as condições de trabalho, tirar direitos e baratear o custo da mão de obra.

No atual cenário brasileiro, a classe trabalhadora que, através de suas organizações de classe — os sindicatos —, lutou e luta contra o capital para conquistar um mínimo de direitos, poderá ver, numa rapidez avassaladora, suas conquistas destruídas. Ao invés da lei, poderá reinar a “livre” negociação. Os direitos adquiridos poderão ser substituídos pela chamada “flexibilização”. A hegemonia do mercado será então resumida através da frase lapidar: “O negociado vale mais do que o legislado”.

Portanto, é imperativo lembrar: jornada de trabalho de oito horas, salário mínimo, direito a férias, 13º salário, FGTS, licença maternidade, licença paternidade e descanso semanal remunerado não foram benesses da classe patronal, mas resultado da luta de homens e mulheres, trabalhadores do campo e da cidade organizados em seus sindicatos. Se o papel dos sindicatos não fosse tão importante e decisivo nessas conquistas, eles não estariam sendo tão fortemente atacados, numa clara tentativa de impedir a organização, a luta e os mínimos direitos sociais àqueles que vendem a sua força de trabalho.

Resgatando a luta dos trabalhadores ao longo da história, entendemos porque é necessário dizer sim à organização que pode representar os trabalhadores e defender seus direitos numa situação tão desigual como a relação entre o capital e o trabalho: o sindicato.

*Olga Neri de Campos Lima é coordenadora de comunicação do Sinpro/Caxias

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Edição dezembro 2016


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