Sexta-Feira, 14 de Outubro de 2016, 17h:08

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15 de outubro

Homenagem ao dia do Professor

Desde  14 de outubro de 1963, data em que foi baixado o Decreto N. 52.682- pelo então Presidente da República, João Goulart-, o dia 15 de outubro é oficialmente reservado às justas e  devidas homenagens aos (às) professores (as).

                Frise-se que a escolha deste dia, como sendo o dia dos (as) professores (as), deve-se à primeira lei brasileira dedicada à educação, baixada pelo Imperador Pedro I, aos 15 de outubro de 1827. A ideia de transformá-la em dia do Professor foi de Salomão Becker- professor, por profissão-, em 1947; quando se fez a primeira comemoração, sem caráter oficial.

                A cada ano, neste dia, são lhes dedicadas reverências sinceras, por todos quantos sabem a importância e a relevância sociais do sempre desafiador e instigante exercício do magistério; e, insinceras, pelos governantes, que, ao longo do ano, não se cansam de maltratá-los e de responsabilizá-los, indevidamente, pelos persistentes e repetidos percalços da educação escolar, que, para nenhum deles, nunca foi prioridade.

                Muitos (as), cansados dos descasos governamentais, e das precárias condições de trabalho que lhes são impostas, regadas a baixos salários e sobrecargas de tarefas, perguntam se vale a pena comemorar esta data; outros, mais céticos, perguntam se há o que comemorar.

                A estas perguntas, dotadas de razões, parece necessário responder com a sábia lição do Poeta Português Fernando Pessoa, contida na segunda estrofe do seu ufanista poema “Mar Português”, em que ele pergunta se valeu a pena, tantos sacrifícios, para conquistar o mar; e responde, com imorredoura maestria, que tudo vale a pena, se a alma não é pequena.

                E, com certeza, a alma dos (as) professores (as), não obstante ela lhes parecer, com frequência, murcha e desencantada, por tanta mentira e tanto descaso oficiais, não é, nunca foi nem jamais será pequena. Ao contrário, é grandiosa e plena de anseio de sólida pavimentação de um novo horizonte social, repleto de bem estar e de justiça, para todos; e não apenas para alguns, como o é a realidade brasileira, há séculos.

                É fato inegável e incontestável que, do ponto de vista financeiro e de condições de trabalho, não há motivos para a comemoração do dia do (a) professor(a); e, pela Proposta de Emenda Constitucional (PEC) N. 241/2016, e pela Medida Provisória (MP) N. 746/2016, que “reforma o ensino médio”- ambas em tramitação na Câmara Federal-, nos próximos anos, haverá menos ainda.

                No entanto, sob a ótica da relevância  da educação,  que é a mola propulsora do desenvolvimento, por meio da qual são transmitidos, às novas gerações, os saberes já construídos, em milhares de anos de vida social, e constroem-se outros;  vale a pena ser professor, havendo, portanto, muito a comemorar.

                Na divisão social do trabalho, cada dia mais complexa, todas as profissões revestem-se de  real significado; umas são mais festejadas; outras são passageiras; muitas se renovam; outras, ainda, se vestem de nova roupagem, compatível com cada momento histórico, quase sempre conturbado.

                Porém, a de professor (a) é a única perene e a mais vital de todas; não se qualifica para nenhuma outra profissão formal, a não ser por meio da aprendizagem, coordenada e mediada pelos (as) professores (as).

                Com a razão, o médico franco-suíço Paracelso - do século XVI-, e o líder político cubano José Martí- do século  XIX. Para o primeiro, a aprendizagem é a própria vida, do nascimento até quase a morte, não sendo possível a ninguém passar mar de dez horas sem aprender algo novo. Para o segundo, a aprendizagem começa com a vida e só termina com a morte.

                A quem cabe a fundamental tarefa de mediar a aprendizagem? Ontem, hoje e sempre: ao (à) professor (a).

                Por tudo isto, aos (às) professores (as), com o carinho de quem fez esta opção há quarenta anos, uma ponderação: nunca se desanimem, não se deixem levar pelo desencanto; o desânimo e o desencanto representam a negação da inquietude e da sede de saber, que são as marcas indeléveis da educação. Com eles, não se constrói o novo edifício social, almejado e buscado por quem acredita no porvir.

                Parafraseando o Poeta Mário Quintana, em seu belíssimo poema “Aula Inaugural”,  que leciona: “Fora do ritmo, só há danação; fora da poesia, não há salvação. Pode-se dizer que, sem educação, não há futuro radioso; e, sem professor, não há educação.

 

José Geraldo de Santana Oliveira - advogado e assessor jurídico do Sintrae -MT

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Edição dezembro 2016


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